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9ª aula - Encerramento do Ciclo de Aulas Públicas Apagão Amapá/Macapá: Espanto, sofrimento social e revolta popular.

  • Publicado: Sexta, 18 de Dezembro de 2020, 18h42
  • Última atualização em Segunda, 22 de Fevereiro de 2021, 15h17

Sessão Revolta popular, repressão, eleição... (2ª parte)

A aula de hoje (18/12), às 19h30m, encerra o # Ciclo de Aulas Públicas iniciadas no dia 23 de novembro, conforme pode ser conferido na memória do Portal do IFCH e no Canal Youtube do Projeto Confronto de Ideias, onde estão disponíveis todos os vídeos sobre a questão do colapso energético vivido pelo Amapá. A programação poderá ser acessada no link  https://encurtador.com.br/fmq78 

Haverá certificação para os participantes  que se inscreverem no site https://confrontodeideias1.wixsite.com/confrontodeideias   ou pelo email  confrontodeideias13ufpa@gmail.com  

O assunto que será abordado hoje pela Profa. Marly Gonçalves da Silva se faz em desdobramento às questões postas inicialmente para reflexão na Aula 7  (disponível no canal do projeto) que dizem respeito a uma determinada concepção de revolta popular como acontecimento, instituindo uma ruptura com a normalidade da vida cotidiana, ela mesma posta em suspensão pela irrupção de sinistros e desastres violentos que atingem indivíduos, grupos e coletividades de forma abrupta, catastrófica e absurda, causando espanto, perplexidade, indignação e reação do corpo coletivo que  ocupa as ruas da cidade em protesto  e é confrontado com violência pelo sistema de vigilância, controle e segurança do estado, instado pelo governo  a impor  ordem no espaço público.  

No entendimento da professora Marly Gonçalves da Silva, foi o que aconteceu na cidade de Macapá com o sinistro do apagão, que de uma hora para a outra deixou os moradores da cidade e do interior sem energia elétrica, sem água e em meio a uma crise de abastamento alimentar e outros produtos básicos, por vários dias, além de semanas seguidas de racionamento. Isso em meio a uma situação de pandemia e no auge de uma campanha eleitoral onde era grande o fluxo de candidatos e militantes partidários circulando pelas ruas da cidade.

Na primeira parte da aula de hoje, será abordado o caráter excepcional desta situação, procurando-se particularmente refletir sobre como os grupos político-partidários em disputa pelo poder local/estadual reagem à situação, já que eles também foram surpreendidos pelo sinistro.

 Na 2ª parte, se fará uma reflexão sobre as críticas que que têm sido feitas à política estatal de expansão da construção de hidrelétricas, bem como à privatização do setor, mesmo diante de tantas tragédias sócio-ambientais e da negação radical deste modelo, seus programas e projetos, pelas populações nativas as mais duramente e cruelmente afetadas nos seus modos de vida. Caso emblemático foi a construção do complexo hidrelétrico das Usinas de Tucuruí e Belo Monte (inicialmente nomeada de Kararaô), ambas no Pará, que se mostraram duplamente destruidoras e predatórias: dos modos de vida e culturas locais e da natureza. Sobre Tucuruí, assista ao vídeo “O RIO MORREU DI NÓIS” (documentário audiovisual de 1984): https://memoriasocialtucurui.org    

Expositora: Profa. Marly Gonçalves da Silva/FACS-IFCH, doutora em Sociologia urbana e da cidade

Debatedora: Antonia Melo da Silva – ativista Movimento Xingu Vivo Para Sempre

Essa é uma atividade que integra a programação extra-muros do projeto de extensão universitária Confronto de Ideias, coordenado pela professora-pesquisadora Marly Gonçalves da Silva.

CONFRONTO DE IDEIAS agradece todos aqueles que se dispuseram a pensar e a falar, no calor da hora, sobre essa tragédia - mesmo aqueles que, não sendo especialistas, entenderam que é responsabilidade do intelectual público não silenciar diante de tal situação, mesmo com o risco do erro e do julgamento social dele decorrente.

A foto acima, que ilustra essa notícia é de autoria de Protasio Nene/AE e se refere ao 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em fevereiro de 1989, em Altamira (PA). Seu objetivo era protestar contra as decisões tomadas na Amazônia sem a participação dos índios e contra a construção do Complexo Hidrelétrico do Xingu. Durante a exposição de Muniz Lopes, representante da Eletronorte, sobre a construção da usina Kararaô, a índia Tuíra levanta-se da plateia e encosta a lâmina de seu facão no rosto do diretor da estatal num gesto de advertência, expressando sua indignação.

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