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Roda de Conversa do Projeto Confronto de Ideias aborda novas teses sobre a Cabanagem. Dia 15 de junho

  • Publicado: Quinta, 10 de Junho de 2021, 21h24
  • Última atualização em Segunda, 14 de Junho de 2021, 12h27

 No próximo dia 15 de junho, na programação  da  7ª edição do Conversações Extra-Muros o projeto Confronto de Ideias volta ao tema Cabanagem , desta vez para uma roda de conversa intitulada  Novíssimas teses sobre a Cabanagem com o jornalista paraense Sérgio Buarque de Gusmão, pesquisador independente e grande estudioso da Cabanagem. Ele é  autor do livro Nova História da Cabanagem: seis teses revisam a insurreição que incendiou o Grão-Pará em 1835  . O jornalista Sérgio Buarque de Gusmão, começou a trabalhar em 1968, na Província do Pará, e na década de 1970 mudou-se para São Paulo, onde atuou em diversos grandes jornais da mídia brasileira, como Jornal do BrasilO Estado de S. Paulo e O Globo. É co-autor de a Igreja dos Oprimidos (Brasil Debates, 1981) e autor de Jornalismo de In(ve)stigação (Civilização Brasileira, 1994.

Para conversar com Sérgio Buarque de Gusmão também foram convidados o historiador Geraldo Mártires Coelho, professor-titular aposentado da UFPA, e a cientista política Thais Florêncio de Aguiar, professora do IFCS/UFRJ. A mediação da conversa ficará a cargo da socióloga Joana Barros, professora da UNIFESP, e a abertura e encerramento dos trabalhos será feita pela historiadora Natália Cavalcanti, professora do IFPA-Campus Belém.

A atividade é uma parceria do projeto Confronto de Ideias, coordenado pela professora Marly Gonçalves da Silva, da Faculdade de Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará  (FACS/IFCH/UFPA), com o projeto Hora H, coordenado pela professora Natália Cavalcanti (Curso de Licenciatura em História/IFPA-Campus Belém), visando uma maior inserção junto ao público de professores e estudantes do Ensino Médio, além de graduação e pós-graduação. As inscrições estão abertas, e haverá emissão de certificados. Acesse o link Novíssimas Teses sobre a Cabanagem (even3.com.br)

Ciclo de debates sobre as revoluções políticas - No ano de 2017, ao realizar o Seminário Nacional 100 anos da Revolução Russa: debates sobre democracia, socialismo e anarquismo, o projeto de extensão universitária Confronto de Ideias deu início a um ciclo de debates revolucionários sobre as revoltas e revoluções políticas que marcaram e mudaram os séculos XIX e XX, manifestando a extraordinária potência destituinte das classes ditas “infames” e “perigosas” contra governos tiranos e opressores, ditadores e fascistas... Em 2019, foi realizado mais um grande seminário, desta vez alusivo aos 60 anos da Revolução Cubana.

Em 2020, Confronto de Ideias iniciou uma nova rodada de debates tendo como foco a Revolução Cabana, deflagrada por indígenas/tapuios, negros escravizados e ribeirinhos/caboclos e que assumiu o poder local em 1835, com a realização da mesa-redonda intitulada O memorial da Cabanagem e a questão da memória política no Pará, com os professores-historiadores José Alves Souza Jr e Mario Médice Barbosa, e a participação especial do jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto, autor de várias publicações sobre o assunto (Cabanagem: o massacre, Ed. do autor, 2020, 354 p., e Cabanagem 180 anos: a guerra de um povo, Ed. especial do Jornal Pessoal/Dossiê nº 9, 2015) e autor do blog https://cabanagem180.wordpress.com/

A Cabanagem e suas diferentes leituras - Para o historiador Geraldo Mártires Coelho, o debate historiográfico sobre a Cabanagem pode ser situado nestes termos: “A Cabanagem, grande insurreição popular que ocorreu no Pará entre 1835 e 1840, foi tratada e trabalhada por diferentes abordagens pela historiografia regional. De motim político à revolução popular, a Cabanagem, pelo impacto que produziu nas estruturas sociais e políticas do Pará regencial, sempre despertou no pensamento social amazônico a necessidade de buscar o sentido histórico do movimento.

Assim, as diferentes leituras do movimento cabano enquadram-se no interior da historiografia como manifestação das visões de mundo dos sujeitos sociais que produziram tais abordagens. Dessa forma, o discurso historiográfico sobre a Cabanagem manifesta os condicionantes ideológicos dos seus produtores, resultando, assim, visões e sentidos diferenciados do movimento cabano.

Trabalhada a questão por esse prisma, fica claro porque a significação da Cabanagem nos Motins Políticos de Domingos Antônio Raiol é uma, e em Cabanagem; epopéia de um povo de Carlos Rocque é outra. Dessa forma, é possível sustentar, de acordo com os pressupostos teóricos da historiografia, que a Cabanagem não é uma questão fechada, mas que segue despertando novas leituras do seu processo.

 É nesse sentido que se situa o livro Nova história da Cabanagem; seis teses revisam a insurreição que incendiou o Grão-Pará em 1835, de autoria de Sérgio Buarque de Gusmão, saído em 2016 em primeira edição do autor. Nesse trabalho, seu autor amplia o universo de leituras do movimento cabano. A forma como ele trabalha, por exemplo, o papel e o lugar de personagens como Grenfell, Batista Campos e Félix Malcher no interior da conjuntura cabana, revela, como resultado das leituras histórico-culturais desenvolvidas por Sérgio Buarque de Gusmão, que a Cabanagem é uma questão aberta”. 

O livro Nova história da Cabanagem; seis teses revisam a insurreição que incendiou o Grão-Pará em 1835,  é resultado de vários anos de pesquisa bibliográfica e documental e está à venda no site amazon.com.br  em formato e-book Kindle

Outros documentos sobre a Cabanagem podem ser acessados no blog de Ricardo Condurú: Cabanagem redescoberta – os fatos esquecidos da nossa história: ricardoconduru.wordpress.com 

 

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